quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cultura em Destaque

Januária/MG - Ponto de Cultura Música e Artesanato: Cultura Tradicional no Norte de Minas - Carlos Moreno / Mirandes F. Pinheiro

Olá, amigos!

Nós, do Ponto de Cultura Música e Artesanato: Cultura Tradicional no Norte de Minas, imbuídos no propósito do Projeto ‘Cidades Invisíveis’, que propõe dar visibilidade ao que temos de melhor para oferecer para Minas, Brasil e para o Mundo, apresentamos de antemão os seguintes resultados de nossa pesquisa:

Apresentamos o artesão Silvio Lisboa, cuja identidade se relaciona diretamente com a nossa cultura ribeirinha. Haja vista que esse artista popular faz da madeira peças que sempre identifica sempre um pouco de nossa história passada. Esse artesão é oriundo da Comunidade de Brejo do Amparo, lugar esse, onde nasceu Januária, rica pela sua história e cultura de sua gente, sempre emoldurada pelas belezas naturais do Vale do São Francisco. Silvio “Pombo”, como é conhecido, devido ao apelido de infância herdado do pai, Zé “Pombo”, tomou de empréstimo também o legado de artista, pois aprendera o ofício desde cedo com o mestre, em casa mesmo. Os dois, em plena atividade, são artesãos consagrados, que já fazem parte do contexto artístico e cultural da região de Januária.



Vicentina Bispo Côrte, a Tina do Pequi, é outro valor que Januária conhece bem, e que o Brasil começa a conhecê-la de fato com a sua participação nas Feiras Nacionais e Internacionais. Tina que consegue com sua inteligência, perseverança e habilidade sem igual, desidratar a polpa do Pequi, transformando-a em farofa, castanhas cristalizadas e petiscos salgados. Essa artista da culinária regional transforma tudo que lhe vem à frente. Como ela mesma diz: “Isso é coisa de menina malina”.


Outro artesão com trabalhos de grande relevância no cenário artístico local é Florisval de Oliveira, ou simplesmente Liko. Ele, que abriu mão da condição de exímio ‘carranqueiro’, se transformando em ‘santeiro’, já teve suas obras expostas no Palácio das Artes, Galeria Sesc Cenarte, Museu do Folclore do Rio de Janeiro, entre outros, além de possuir exemplares em mostra permanente no Memorial da América Latina de São Paulo.


A arte das “Mulheres do Candeal” foi objeto da tese de doutorado do Antropólogo Ricardo Gomes Lima, que desenvolveu pesquisa embasada nas artesãs da Comunidade da Olaria do Candeal, no Município de Cônego Marinho, que outrora já pertenceu ao município de Januária. Ricardo Lima notou na denominação Mulheres do Candeal, como são conhecidas as Oleiras, um extraordinário potencial cultural e, desta forma, passou a divulgar a arte produzida naquele povoado, hoje internacionalmente reconhecida. Na essência, as peças moldadas em barro e argila constituem uma gama de objetos de beleza única, como potes, moringas, pratos, figuras humanas e animais, dentre outras. “Mulheres do Candeal” é gente que faz.


O Rio São Francisco por suas águas belas e límpidas fora cantado em verso e prosa pelo músico Zanoni Campos, que cita as águas do Velho Chico na sua música que mais parece um hino – “Rios das águas morenas...”. Além de Zanoni, a cidade de Januária possui um grupo folclórico que simboliza fielmente o espírito do povo barranqueiro e traduz as lendas e mitos do velho rio em música, evoluções e alegorias: o “Terno dos Temerosos”, também conhecido Reis dos Cacetes, que canta e encanta com as belas músicas de domínio público.


Enfim, Januária a partir desse projeto não será mais a mesma, pois a sua gente, sua arte e sua riqueza terão vez e voz através do Programa “CIDADES INVISÍVEIS”.



Texto e fotos: Carlos Moreno / Mirandes F. Pinheiro

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