sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Diário de Viagem - Divinópolis

A última cidade por onde passa a caravana Cidades Invisíveis é Divinópolis.
Acompanhamos primeiramente as filmagens sobre o artesão GTO que viveu na cidade. No Museu/Residência GTO conversamos com o Sr. Mário Teles, filho de GTO e herdeiro do talento fabuloso de esculpir em madeira. (clique nas fotos para ampliá-las)


Emocionado, Mário Teles nos contou um pouco sobre como a tradição que passou de pai para filho e agora passa de filho para Neto.
Fomos também ao Aquivo Púlico da Cidade e ao Museu Histórico de Divinópolis para colher materiais e registro do GTO pai.




No segundo dia de filmagens em Divinópolis fomos acompanhar o ensaio do Teatro Luz que Anda. O grupo utiliza-se do teatro mudo como forma de expressão e socialização entre crianças de uma comunidade rural Serra Negra.
Costuma-se abordar temas que resaltam os pontos positivos e negativos da região, o que leva as crianças a refletirem e a repensarem suas formas de intervenção no meio em que vivem.







Postado por Raphaela Simões

Diário de Viagem - Araçuaí

Depois de Januária, seguimos rumo à penúltima cidade visitada pela caravana do Cidades Invisíveis, Araçuaí.

Combinamos um primeiro encontro com Cleber, representante do Ponto de Cultura Cinema Meninos de Araçuaí, no próprio cinema. O lugar é bastante encantador. Conhecemos a sala de projeção e um pouco das demais instalações. Fomos recebimos por jovens participantes do Ponto e pela coordenadora Advete para uma primeira conversa em roda, metodologia que faz parte do cotidiano de trabalho destas pessoas. Nos apresentamos, nos conhecemos um pouco para então darmos início às gravações. (clique nas fotos para ampliá-las)




No primeiro dia fomos à casas de mulheres que têm seus maridos e filhos levados todos os anos para o corte de cana. Na cidade ficam as mulheres e crianças ao longo de duros 8 ou 9 meses.






No segundo dia, fomos acompanhar as gravações do vídeo sobre Sá Luiza, uma benzedeira que viveu em Araçuaí até o final do século passado, muito querida pelos moradores da cidade. Sá Luiza faleu com 106 anos.


Fomos até a casa de Lira Marques, artesã e pesquisadora da cultura popular brasileira para colher depoimentos de uma pessoa que estudou e frequentou a casa de Sá Luiza.




Posteriormente fomos à casa de outras trê senhoras que conheceram a benzedeira e que puderam contar um pouco sobre como e porquê pessoas da cidade continuam tendo fé e respeito pelas rezas de Sá Luiza.







Postado por Raphaela Simões

Diário de Viagem - Januária

Depois de Pirapora, seguimos para uma outra cidade margeada pelo Rio São Francisco: Januária. O clima quente se ameniza com a bela paisagem das águas correntes e com a lua que nasce cheia bem em cima do Rio.
Fomos muitíssimo bem recebidos pelo Pablo da Rede Minas de Januária e pelos representantes do Ponto de Cultura Música e Artesanato, que mesmo não podendo ter participado como realizadores dos vídeos, foram ótimos colaboradores e anfitriões na cidade.

No primeiro dia, fomos acompanhar a marcha do Terno dos Temerosos, um grupo que vem fortalecendo a tradição do reisado através da força e disciplina dos mais velhos e da energia renovadora dos jovens e crianças que se juntam ao grupo. (clique nas fotos para ampliá-las)





O grupo deixa alegria por onde passa. É impossível passar despercebido pelas fortes vozes cantando, os chamados 'cacetes' (bastões de madeira) batendo em sincronia e o som incessante de um violão ligado a um amplificador, que por sua vez é levado ao longo de todo o trajeto por uma bicicleta.







O Terno hoje conta com uma sede construída onde foi a casa de João Damasceno, rapaz bastante respeitado e querido pela seriedade com que leva o grupo.




No segundo dia de gravações fomos até a casa do Seu Binu, senhor de 99 anos, pescador mais antigo de Januária. Fomos conhecer um pouco mais sobre as histórias e lendas que sem contam sobre o Velho Chico.

O depoimento teve direito à leitura (detalhe, sem a precisão de óculos) de um trecho de um livro sobre a enchente lá ocorrida em 1979, Dona Maria, esposa de seu Binu, recitando um poema de sua própria autoria e à 'contação' de causos que rondam a cidade sobre o Caboclo d'Água do São Francisco.





Postado por Raphaela Simões

Diário de Viagem - Pirapora/Buritizeiro

Partindo do triângulo Mineiro, seguimos rumo ao norte de Minas para encontrar Adriana e Belarmino. Ela, representante da Rede Minas de Pirapora (Tv Rio) e ele do Ponto de Cultura Movimento Graal, de Buritizeiro.
Uma ponte antiga atravessa o Rio São Francisco e liga as duas localidades. Pedestres e ciclistas de um lado, carros do outro. A vista é muito bonita e a caminhada bem emocionante já que o movimento das àguas é forte e constante.

Em nosso primeiro dia, fomos direto para casa de D. Antônia, matriarca da família de Bordadeiras de Pirapora, já bastante conhecida e admirada.(clique nas fotos para ampliá-las)


Conhecemos um pouco sobre como surgiu e como se mantém viva a tradição do bordado, que hoje também é feito pelas filhas e netas de D. Antônia. O que começou como uma arte nos panos, hoje virou ilustração de livros de autores famosos como Ziraldo, Manuel de Barros, Thiago de Melo. Até para cds os bordados já serviram de ilustração. A cantora Maria Betânia as convidou para bordar a capa de um cd inspirado no Rio São Franscisco.
Fato é que estas mulheres utilizam-se do bordado mais do que como uma forma de expressão,tornou-se um meio de comunicar, educar e sensibilizar.


Com algumas filhas morando em outras cidades como Brasília, Fortaleza, o bordado começa com Dona Antônia em Pirapora e viaja pelo correio para ser feito, desfeito e refeito por cada uma de suas filhas até chegarem a um produto final. Quando se encontram, o passatempo da família é bordar, prosear e bordar.


O segundo vídeo de Pirapora e Buritizeiro aborda uma tema bastante inusitado. Um peixeiro, que para ficar perto dos filhos nos finais de semana começou a levar livros para as feiras de domingo. Hoje, esta simples ação fez com que se criascem 9 Pontos de Leitura em Pirapora.


Léo do Peixe percebeu o interesse das pessoas pelos livros e começou a emprestá-los. Surgiu o clube da Leitura. A partir daí começou o recebimento de doações até mesmo de outras cidades. De lá pra cá os empréstimos aumentam cada vez mais. O clube já conta com leitores mirins que não levam menos do que 3 livros para casa todos os domingos. Detalhe, o controle de devolução é bem simples: devolva quando terminar de ler. Segundo Léo do Peixe existe o respeito já que os leitores sabem que outras pessoas podem estar interessadas em fazer a mesma leitura.





Depois da feira os Pontos de Leitura passaram a se multiplicar aproveitando sempre espaços onde há circulação de pessoas como associações de bairro e até mesmo um hospital.






Muitas surpresas nestas viagens. Estas últimas fotos são de uma antiga igreja contruída por escravos na beira do Rio São Franscico, que hoje sustenta impressionantemente uma enorme árvore.

Para doações ou saber mais sobre o Clube da Leitura: clubedaleiturapirapora.blogspot.com

Postado por Raphaela Simões

Diário de Viagem - Uberlândia

Em Uberlândia, estivemos no Ponto de Cultura Balé de Rua para acompanhar as filamgens de um vídeo sobre a dedicação e trabalho de Givago, um dançarino da cidade que começou no grupo Manos do Hip Hop e que hoje, através de muito esforço e disciplina, faz parte da companhia profissional do Ponto.(clique na foto para ampliá-las)










No segundo dia de gravações fomos até a casa do Sr. Enildon Pereira Silva, da guarda Azule Rosa de Congado, conhecer um pouco da rotina e do trabalho de um Rei Gongo.





Postado por Raphaela Simões

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Diário de Viagem - Ouro Preto

No caminho você passa pela Cachoeira das Andorinhas, pelo Rio Maracujá e por uma sorveteria com toda a variedade possível de sabores.
Já em Ouro Preto, a cidade parece ter alma. A todo momento placas, janelas e portas da época barroca lembram uma vila antiga por onde já passaram muitas pessoas e histórias.

Onde hoje caminham turistas de todo o mundo, trabalharam muitos escravos à procura de ouro. Um dentre eles, rei em sua terra Natal. Chico Rei como ficou conhecido, foi trazido do Congo para o Brasil juntamente com 111 negros. Nesta embarcação, as mulheres foram jogadas ao mar pelo risco de naufrágio, pelo excesso de peso.

Através de muito trabalho Chico Rei comprou sua própria liberdade ganhando reconhecimento de seu Reinado. Hoje é o Congado.
Atualmente Ouro Preto possui 21 Igrejas históricas sempre com um cemitério ao lado.
Em nosso primeiro dia de filmagens fizemos imagens do vídeo proposto pelo Neto (Rede Minas), sobre "Os fantasmas de Ouro Preto". Conversamos também com a historiadora Angela Xavier sobre a história que se conta sobre a Procissão das Almas na Cidade.
No Segundo dia de filmagens acampanhamos o Henrique do Ponto de Cultura Timbalê à procura da "Cidade que fica e a cidade que vai". Fizemos imagens que revelam uma cidade onde por um lado passam e se cruzam pessoas e animais de diferentes tipos. Sob outra perspectiva, a câmera alta mostra um visual que impressiona pela minunciosidade de detalhes e riqueza histórica.

[Fotos]







A itinerância segue agora para a segunda etapa. Seguimos na estrada para acompanhar as filmagens em Uberlândia, Pirapora/ Buritizeiro, Araçuaí, Januária e Divinópolis.

Diário de Viagem - Viçosa

Em Viçosa fomos mais uma vez muitíssimo bem recebidos!
No primeiro dia de filmagens fizemos imagens do vídeo proposto pela Renata da Silva (Rede Minas), na qual se pretende mostrar Viçosa como uma cidade de passageiros. Todos os anos centenas de pessoas se mudam para lá estudarem. Depois de um tempo deixam a cidade ao se mudarem para outros lugares ou retornarem à suas terras natais.
Com esta característica, o que estas pessoas deixam e levam da cidade de Viçosa?
No final da tarde fomos até a Universidade de Viçosa (UFV), convidados pela Vice-reitora, para apresentarmos o projeto Cidades Invisíveis. Estam também presentes Kátia Fraga, Coordenadora da Faculdade de Comunicação da UFV e o Pro-reitor de extenção e Cultura Gumercindo Souza Lima.

No segundo dia, formos até a Comunidade de São José do Triunfo filmar o grupo de Congado local. A idéia, proposta pela Renata Lana do Ponto de Cultura Folclore de Viçosa, era compreender um pouco sobre a tradição e as influências desta manifestação cultural na Cidade de Viçosa.






Após a etapa de filmagens em cada um das cidades, os realizadores irão receber a visita de um editor profissional que irá auxilia-los na decupagem das imagens, chegando a um produto já pré-editado. Posteriormente a finalização de edição será feita virtualmente, ainda em colaboração entre o editor e os representantes dos Pontos de Cultura e Afiliadas Rede Minas.