As televisões públicas têm sua origem no surgimento da televisão na Europa, por iniciativa do Estado. Todas elas - na Alemanha, na França, na Inglaterra e em outros países - nasceram como televisões estatais, controladas pelos governos nacionais. O fortalecimento da democracia e da cidadania, no pós-guerra, impôs o controle público, a participação da sociedade na gestão das emissoras e a criação de conselhos de representantes. Esta é a origem de televisões públicas como a BBC inglesa, a TVE espanhola, a France Televisón, a RAI italiana, a RTP de Portugal, a ARD e a ZDF, alemãs, entre outras. Os Estados Unidos e o Candá também têm excelentes TVs públicas, a PPS e a CSA, respectivamente. Na Europa, só mais tarde surgiram as televisões privadas e comerciais. No Brasil, diferentemente, a TV nasceu comercial, cumpriu um excelente papel na integração nacional. Conviveu, a partir de 1964, com TVs estatais criadas pelo regime militar. Só agora, entretanto, surge o esforço para a transformação das TVs estatais federais, em parceria com a estaduais, em uma rede pública de televisão, segundo o conceito de que estas devem estar subordinas à influência e controle da sociedade civil.
O debate sobre a criação de uma TV pública no Brasil sempre foi interditado por governos de plantão, às vezes pela oposição das emissoras comerciais. Hoje, as condições são, la primeira vez, muito favoráveis. A chegada do país ao padrão digital amplia o espectro de canais disponíveis. O Governo Federal dispôs-se a viabilizar o projeto, cedendo seus canais (TVEs do Rio e do Maranhão, canal de São Paulo e Radiobrás) e destinando uma verba orçamentária de R$ 350 milhões para 2008. Sua empresa de comunicação, a Radiobrás, será incorporada pela EBC,. gestora dos canais públicos (TVs, radios e Web) ficando o Governo Federal com o canal NBR para a divulgação de seus atos. Existe ainda um grande interesse das emissoras públicas estaduais e das TVs universitárias e comunitárias pela proposta de formarem uma rede com a TV Brasil. As emissoras comerciais, por sua vez, não estão fazendo pressão contra a TV pública. O que elas estão expressando, através da ABERT, é apenas a preocupação, correta por sinal, com a fonte de financiamento: a TV pública não pode e não deve fazer publicidade comercial, de produtos e serviços,o que desvirtuaria sua natureza. E, por fim, existe hoje um grande interesse da sociedade pela criação desta nova televisão, ainda que haja ainda desinformação e confusão com a idéia de TV governamental. A experiência internacional mostra que as TVs públicas são viáveis e podem cumprir um importante papel na oferta de fontes diversificadas de informação e entretenimento. Podem oferecer programação diferenciada, cultural, científica e informativa, em formato que não combina com a programação da TV comercial, pautada pela lógica da publicidade como fonte de financiamento. Por isso é importante conhecer um pouco desta experiência, da história, do funcionamento e do financiamento das TVs públicas mais importantes do mundo...(continuação)
Fonte: http://www.ebc.tv.br/index.php/a-tv-publica-no-mundo/
Postado por Raphaela Simões
CeM 25 anos! Depoimento: Leonardo Brant
Há um ano
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