Partindo do triângulo Mineiro, seguimos rumo ao norte de Minas para encontrar Adriana e Belarmino. Ela, representante da Rede Minas de Pirapora (Tv Rio) e ele do Ponto de Cultura Movimento Graal, de Buritizeiro.
Uma ponte antiga atravessa o Rio São Francisco e liga as duas localidades. Pedestres e ciclistas de um lado, carros do outro. A vista é muito bonita e a caminhada bem emocionante já que o movimento das àguas é forte e constante.
Em nosso primeiro dia, fomos direto para casa de D. Antônia, matriarca da família de Bordadeiras de Pirapora, já bastante conhecida e admirada.(clique nas fotos para ampliá-las)

Conhecemos um pouco sobre como surgiu e como se mantém viva a tradição do bordado, que hoje também é feito pelas filhas e netas de D. Antônia. O que começou como uma arte nos panos, hoje virou ilustração de livros de autores famosos como Ziraldo, Manuel de Barros, Thiago de Melo. Até para cds os bordados já serviram de ilustração. A cantora Maria Betânia as convidou para bordar a capa de um cd inspirado no Rio São Franscisco.
Fato é que estas mulheres utilizam-se do bordado mais do que como uma forma de expressão,tornou-se um meio de comunicar, educar e sensibilizar.

Com algumas filhas morando em outras cidades como Brasília, Fortaleza, o bordado começa com Dona Antônia em Pirapora e viaja pelo correio para ser feito, desfeito e refeito por cada uma de suas filhas até chegarem a um produto final. Quando se encontram, o passatempo da família é bordar, prosear e bordar.

O segundo vídeo de Pirapora e Buritizeiro aborda uma tema bastante inusitado. Um peixeiro, que para ficar perto dos filhos nos finais de semana começou a levar livros para as feiras de domingo. Hoje, esta simples ação fez com que se criascem 9 Pontos de Leitura em Pirapora.

Léo do Peixe percebeu o interesse das pessoas pelos livros e começou a emprestá-los. Surgiu o clube da Leitura. A partir daí começou o recebimento de doações até mesmo de outras cidades. De lá pra cá os empréstimos aumentam cada vez mais. O clube já conta com leitores mirins que não levam menos do que 3 livros para casa todos os domingos. Detalhe, o controle de devolução é bem simples: devolva quando terminar de ler. Segundo Léo do Peixe existe o respeito já que os leitores sabem que outras pessoas podem estar interessadas em fazer a mesma leitura.

Depois da feira os Pontos de Leitura passaram a se multiplicar aproveitando sempre espaços onde há circulação de pessoas como associações de bairro e até mesmo um hospital.



Muitas surpresas nestas viagens. Estas últimas fotos são de uma antiga igreja contruída por escravos na beira do Rio São Franscico, que hoje sustenta impressionantemente uma enorme árvore.
Para doações ou saber mais sobre o Clube da Leitura:
clubedaleiturapirapora.blogspot.comPostado por Raphaela Simões